sábado, 5 de fevereiro de 2011

CORRUPÇÃO: UM MAL QUE TORNA O MARANHÃO PEQUENO




Mais uma vez, a Polícia Federal desnuda para o Brasil uma faceta obscura em administrações públicas: o esquema vergonhoso de desvio de recursos públicos. A bola da vez é o município de Barra do Corda, onde o prefeito Nenzim é acusado de chefiar uma quadrilha que vinha saqueando o erário. Só no que foi levantado nas investigações foram R$ 50 milhões desviados num esquema de lavagem de dinheiro. O prefeito é pai do deputado Rigo Teles.

Os envolvidos ostentavam um patrimônio incompatível com seus rendimentos. Alguns eram utilizados como ´laranjas´, como o empregado da família que era ´dono´ de um avião. Boa parte dos recursos possivelmente pode ter sido usada em financiamento de campanhas eleitorais.

Essa é uma prática que vem condenando dezenas de municípios ao atraso, enquanto quem é detentor do poder aumenta seu patrimônio particular.

Na noite desta quainta-feira, dia do desbaratamento dessa quadrilha, ouvi, durante uma solenidade do esporte, um influente empresário maranhense afirmar o seguinte: “...um estado pequeno como o Maranhão”. Daí, de forma imediata, veio-me a idéia de tecer considerações sobre esse mal – a corrupção – que é causador de nossa pequenez e de nossa pobreza econômica.

Não, o Maranhão não é pequeno! É grande, pujante, rico! Pobre (em espírito) é a classe política que teima em continuar sangrando os cofres públicos, mesmo com ameaças constantes de operações comandadas pela PF.

Muitos desses políticos, envolvidos em escândalos de corrupção, são ligados aos donos do poder no Estado, e terminam apostando na impunidade. Acreditam que amigos pertencentes ao Poder Judiciário podem livrá-los de possíveis cadeias. Para eles, na há punição. Subtrair-lhes alguns bens não resolve. Uma vez de volta ao poder, farão de tudo para recuperar tudo em pouco tempo.

Desviar dinheiro público poderia ser considerado crime hediondo, com os envolvidos condenados a cumprir pena em presídio, como acontece em outros países. No Maranhão dezenas de outras operações da PF desmascararam diversos gestores públicos. Quantos estão na cadeia? Com a ajuda do judiciário, muitos retomaram comandos de prefeituras. Prevalece, portanto, a impunidade!

É essa prática nefasta que torna o Maranhão, cada vez mais, pequeno.

Além da lavagem de dinheiro, com o uso de laranjas para a aquisição de bens valiosos, esses corruptos se utilizam de outro esquema bastante conhecido: o superfaturamento de obras públicas.

Boa parte de dinheiro pago a empreiteiras vai para os bolsos de gestores públicos. São empresas que, via de regra, pertencem a ´laranjas´ou ´testas-de-ferro. O empresário que não aceitar entrar no esquema, dificilmente consegue vencer alguma licitação. Isso pôde ser comprovado pela própria PF em outras operações. Em muitos casos, muitas das empresas são fantasmas, só existem no papel.

A cada operação da PF, desmascarando políticos corruptos, ouço alguém dizer que isso é ´pedagógico´ e que ajuda a mudar o comportamento de maus gestores públicos. Não é isso que se vê! A corrupção está mais viva do que nunca, e continua corroendo as esperanças de quem acha que um novo Maranhão é possível.

Postado por Gilberto Lima

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